terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sistemas de Informação.


Sistema de Informação pode ser definido como todo sistema usado para prover informação, podendo ser informatizado ou mesmo manual, é que nos dias atuais com tanta tecnologia não conseguimos mais imaginar arquivos de papel, ou uma empresa que não tenha uma sistema computadorizado pra guardar, obter suas informações.
Abrange pessoas, máquinas, métodos organizados para coletar, processar, transmitir e disseminar dados que representam informação para o usuário ou cliente.

Qualidade em Sistemas de Informação

A palavra qualidade é utilizada em vários contextos. De maneira geral, todos querem qualidade. Na ótica de Sistemas de Informação, ensino que o ponto fundamental para que um Sistema de Informação seja considerado de qualidade é a coerência.

Segundo o dicionário do Aurélio , coerência é a “Qualidade, estado ou atitude de coerente.” e “Ligação ou harmonia entre situações, acontecimentos ou idéias; relação harmônica; conexão, nexo, lógica”. Usando a mesma fonte encontramos que coerente é “Em que há coesão, ligação ou adesão recíproca.”

Como um Sistema de Informação deve refletir o que ocorre numa organização, como um espelho, enfatizamos que o mesmo deve ser coerente com a realidade. O que significa ser coerente com a realidade? Em última análise, significa que as informações, que o sistema contém, refletem a realidade.

Um exemplo simples, mas elucidativo, é o seguinte: suponha uma concessionária de veículos, nela existem veículos sendo vendidos. Suponha que uma contagem no pátio dessa concessionária mostra a existência de 10 veículos. Suponha que, no mesmo instante dessa contagem, temos acesso ao Sistema de Informação da organização. Se encontrarmos, ao consultar esse sistema, os mesmos 10 veículos, diremos que o sistema é coerente.

É claro que manter a coerência é difícil face à forma, idade ou freqüência da informação que estamos lidando. No entanto, de nada serve um Sistema de Informação onde a informação não é coerente com a realidade.

Para obtermos Sistemas de Informação onde as informações são coerentes com a realidade, precisamos, antes de tudo, modelar o Sistema de Informação de forma coerente com a realidade. Isso será tema de outra nota.

Para enfatizar o conceito de coerência, contrasto-o com o conceito de consistência. Usando a mesma fonte acima, dicionário do Aurélio, entendemos consistência como: “ Concordância aproximada entre os resultados de várias medições de uma mesma quantidade”. Portanto, consistência é um conceito aplicado a uma entidade, é um conceito interno, contrário à coerência que é um conceito de relacionamento entre partes.

Utilizando o exemplo da concessionária podemos dizer que o Sistema de Informações é consistente se, dos 10 veículos, temos 4 veículos utilitários e 6 veículos de passeio. Portanto, ao dizer que são 10 os veículos, estamos sendo consistentes com o fato de haverem 4 veículos de um tipo e 6 de outro tipo. No entanto, suponha que, por alguma razão, o Sistema de Informação registrasse, na mesma situação descrita acima, 9 veículos sendo 4 veículos utilitários e 5 veículos de passeio. Nesse caso o Sistema de Informação seria consistente, apesar de ser incoerente.

Pense sobre isso. Consistência é um conceito interno. Coerência é um conceito de ligação, externo. Não basta um Sistema de Informação ser consistente, ele tem que, obrigatoriamente, ser coerente.

Sistemas de Informação bem desenhados usam redundância para poder verificar a consistência. Essa redundância é desenhada de forma que a informação redundante seja provida por diferentes fontes. Portanto, a detecção de inconsistência é um alerta para uma possível presença de incoerência. O uso apropriado da redundância será tema de uma de uma futura nota.

Universo de Informações


"Universo de Informações é o contexto geral no
qual o software deverá ser desenvolvido e operado.
O UdI inclui todas as fontes de informação e todas
as pessoas relacionadas ao software. Essas pessoas
são também conhecidas como os atores desse universo.
O UdI é a realidade circunstanciada pelo
conjunto de objetivos definidos pelos que
demandam o software"

Operações Básicas Aplicadas à Informação

 
Sob a ótica de Luiz Carlos Sá Carvalho:
“As funções básicas realizadas com os dados são, na essência, apenas as seguintes: transcrever ou copiar em locais estabelecidos, arquivar segundo uma regra, localizar dados arquivados e executar cálculos aritméticos. “Só”?, me dirá o leitor, um tanto desconfiado. Pois é, só isso.”
No entanto, na página seguinte diz Sá Carvalho: “Como já dissemos, temos muita dificuldade para entender e avaliar globalmente, grandes quantidades de informação de uma só vez. É preciso uma boa síntese. Esse processo de síntese nada mais é que selecionar, adequadamente, alguns dados, resumir outros por meio de cálculos e colocar lado a lado aqueles cuja correlação seja muito significativa e que devem ser vistos simultaneamente pelo usuário. “Saber” alguma coisa, é, afinal de contas correlacionar fatos e idéias”.

Uma interpretação do texto de Gordon Davis em seu livro “Management Information Systems: Conceptual Foundations, Structure and Development (edição 1974) me levou a definir 5 ( cinco) operações básicas sobre informações. Vale notar que Davis é mais específico, ao chamar quatro dessas operações de estratégias para “data reduction”. As operações são:
• Classificação (Informações precisam ser organizadas)
• Sumarização (Para combater a complexidade do volume de informações, são necessárias estratégias de síntese)
• Filtragem (Para combater a complexidade e limitar o acesso, são
necessárias estratégias de seleção de informação)
• Inferência (Regras de inferência podem descobrir padrões em um conjunto de grande volume de informações.)
• Apresentação (Diferentes formas de apresentar a informação
influenciam como a mesma é compreendida).


Globalidade: Teoria Geral de Sistemas

Acabo de fazer referência ao conceito de globalidade em uma nota em outro veículo. Nele coloquei um ponteiro para uma nota anterior sobre TGS, na qual a caractéristica de globalidade foi mencionada, mas não definida.

Entende-se globalidade, no contexto da TGS, como a característica de que por menor que seja a alteração num sistema, essa alteração impacta todo o sistema.

O que faz um profissional de Sistemas de Informação?

A atuação principal do bacharel em Sistemas de Informação é lidar com a informática no mundo corporativo. Seu constante desafio é saber empregar as tecnologias de informação ao contexto organizacional de forma eficaz e eficiente.

Portanto, sua atuação caracteriza-se por buscar uma sintonia entre uma infinidade de possíveis soluções de tecnologia e seu uso adequado numa organização Em função disso há enorme variedade nessa atuação profissional, tanto pelo universo das tecnologias de informação tanto como pelas diferentes características das organizações, que podem ser privadas, públicas, governamentais, não governamentais, reguladoras, internacionais, virtuais entre outras.

As organizações precisam de informações para seu funcionamento adequado. Essas informações são de tipos variados e servem diferentes propósitos.

Listamos abaixo algumas das tarefas que um profissional na área de Sistemas de Informação tem que fazer. É uma tentativa de ater-se, num alto nível de abstração, ao que consideramos as tarefas básicas sob o ponto de vista técnico. Aqui não incluímos os aspectos gerenciais, nem sociais relacionados.

As tarefas básicas são:

Lidar com Clientes (Clientes)

Esse tipo de tarefa exige contato com clientes, isto é com pessoas que querem algum resultado que envolve a informática.

Essas tarefas são particularmente interessantes para aquelas pessoas mais extrovertidas e que gostam de manter contato com outros profissionais. Reuniões e entrevistas são práticas freqüentes nesse tipo de tarefa. Aqui o profissional de informática tem possibilidade de aprender ou aprofundar seus conhecimentos em assuntos não diretamente ligados à informática.
Muitas vezes esse contato pode ser feito externamente a organização onde atua o profissional e pode envolver viagens.

Caso o profissional seja um vendedor ou consultor de empresas fornecedoras de tecnologia, seus clientes serão outros profissionais de informática que desejam algum serviço.


Lidar com Fornecedores (Fornecedores)

Esse tipo de tarefa exige que os profissionais tenham contato com outros profissionais da área, que desempenham funções ou de vendedores ou de consultores.
Essa tarefa exige dos profissionais da organização conhecimento técnico das tecnologias para que a decisão de compra seja a melhor possível. Nessa função é importante também estar pronto para aprender, porque na área de informática é grande a oferta de novos produtos ou serviços.
Muitas vezes é necessário que os profissionais tenham que fazer cursos de atualização para saberem escolher dentre as novas tecnologias. Esse tipo de tarefa exige também um viés empresarial, visto que muitas vezes o profissional pode estar encarregado de negociações. A convivência com consultores é comum na profissão o que aumenta também a oportunidade da aquisição de novos conhecimentos. Nesse tipo de tarefa também é comum o profissional participar de congressos ou feiras ou de visitas a fornecedores.

Vale observar que os pessoas trabalhando como fornecedores podem, também, ser profissionais de informática.

Escrever Documentos Técnicos (Escrever)

Esse tipo de tarefa é a que envolve mais conhecimento técnico. O profissional de informática escreve constantemente. Só que não necessariamente escreve em Português. Ele escreve normalmente em linguagens artificiais, isto é linguagens que tem regras próprias e muitas vezes são bem diferentes do Português ou do Inglês. Típico é escrever no que são chamadas linguagens de programação tais como C, Java, Visual Basic, Delphi, Php entre outras ou em linguagens de definição de texto como XML ou de marcação como Html. Usam-se também linguagens gráficas como a UML ou o MER ou o DFD para organizar o trabalho. Usam-se também linguagens parecidas com linguagens de lógica ou matemática. Claro que, para escrever nessas linguagens o profissional tem que saber lê-las. Essas linguagens são fundamentais, porque auxiliam o profissional na comunicação entre seus pares e auxiliam a comunicação com o computador.


Criar Organizadamente (Criar)

Mas o que escreve o profissional?

Os documentos que o profissional produz são os resultados de seu trabalho. Ele escreve sobre o entendimento do problema, ele escreve sobre as vantagens ou desvantagens de uma tecnologia, ele escreve a especificação de uma nova ou renovada solução de informática, ele escreve o conjunto de programas de computador, ele escreve os manuais, ele escreve as estruturas de dados (organização das informações), ele escreve os procedimentos que a organização usará para lidar com a solução de informática.

Mas é só escrever?

Claro que para escrever o profissional terá que utilizar seus conhecimentos técnicos para criar soluções que sejam condizentes com a organização. Essa criação de soluções necessita criatividade associada com as práticas já consolidadas na profissão.


Usar Conhecimentos Técnicos (Técnicas)

Esse tipo de tarefa pode envolver cálculos simples ou complexos, manipulação de fórmulas complexas, composição de "quebra-cabeças", raciocínio lógico, cálculos lógicos, indução, dedução e capacidade de reconhecer situações onde uma solução já existente pode ser aplicada.

Um matemático famoso,
George Poyla, escreveu que, para se solucionar um problema, deve-se: a) entender o problema, b) propor um plano, c) levar o plano adiante e d) conferir o resultado. Esses passos devem ser uma preocupação constante no uso de conhecimentos tecnicos.

RetroAlimentação :"feedback"

Retroalimentação ou "feedback" é um conceito fundamental para a teoria do controle. O "feedack" é uma informação produzida por um sistema que informa sobre o compartamento daquele sistema.

Sistemas podem ser definidos por meio de entradas e saídas. Um sistema consome entradas e produz saídas. O "feedback" é uma saída que transforma-se em entrada. Sistemas que tratam esse tipo de informação têm a possibilidade de conhecer sobre seu próprio funcionamento. Conhecer sobre seu próprio funcionamento ou desempenho é de fundamental importância para o auto-aprendizado, para a evolução.

No entanto, o esquema de "feedback", como uma entrada particular para um sistema, tem limitações.

Para um entendimento mais profundo sobre o conceito de controle creio que o modelo ultra-estável de Ashby(veja
1 e 2) é de fundamental importância.

Aprendi sobre esse modelo há muitos anos atrás com a leitura do excelente livro "A Gestão pelos Sistemas" de
Jacques Mélèse, traduzido por Antonio de Garcia de Miranda Neto e publicado em 1973 pela LTC. Nele Mélèse explora a idéia de ultra-estabilidade para a gestão organizacional.

Recentemente aprendi que autores da área de "
Autonomic Computing" (2006) estão usando o modelo de Ashby

Gerência de Tecnologia

"Ao gerente de Tecnologia cabe a seleção de tecnologias
informáticas. Este órgão serve não só como o
negociador de tecnologia com o mundo exterior, mas
também como um filtro e buffer para aliviar as pressões
do ``marketing'' sobre os atores ligados as funções
de informática.

Longe de ter como objetivo a decisão-chave de poder
usar ou não poder usar, esta gerência deve ser bastante
flexível e ter uma visão muito próxima da própria visão
do negócio.

Cabe a esta gerência a tarefa de transferência de tecnologia.
O gerente de Tecnologia necessita uma sólida formação
universitária, preferencialmente à nível de pós-graduação e
manter-se constantemente atualizado com as tendências
das tecnologias do ramo. Uma característica fundamental
desse profissional é a capacidade de análise criteriosa das
tecnologias envolvidas, o que certamente exige não só
uma pessoa de extrema capacidade intelectual e técnica,
como um profissional com experiência considerável na
seleção de tecnologias através de avaliações, uso de
consultores, negociação com fornecedores, entre outras.

Importante frisar, que a este perfil deve-se somar
uma perfeita adequação à própria organização,
entendendo seus desejos e suas áreas de competência."

Qualidade da Informação I

 Sistemas de Informação: Um Enfoque Gerencial do Prof. Sérgio Rodrigues Bio.

O Bio diz:
“A adequação de uma informação às necessidades requer
o preenchimento de três requisitos: forma, idade e freqüência.
A forma diz respeito ao conteúdo, apresentação e confiabilidade.
A idade é determinada pelo tempo de existência da
informação em relação aos fatos relatados.
A freqüência diz respeito à periodicidade com que
a informação é produzida.”

O Bio lista 5 requisitos de qualidade que informações gerenciais devem possuir. São eles:
  • Comparativas,
  • Confiáveis,
  • Geradas em tempo hábil,
  • De nível de detalhe adequado, e
  • Por exceção.